quinta-feira, 20 de setembro de 2012

"O Palhaço" no Oscar pode ficar na homenagem

“O Palhaço” para representar o Brasil na corrida ao Oscar 2013 me parece muito mais uma merecidíssima homenagem ao conjunto da obra de Selton Mello como diretor e ator na película, magnificamente co-estrelada pelo exemplo de amor a arte e superação do enorme Paulo José, do que realmente uma disposição de disputar a categoria de Melhor Filme Estrangeiro.

O filme é uma delícia, entretenimento perfeito para levantar o astral, demonstrar a importância da preservação da arte popular, de como a pureza da alma pode, e deve, vencer as desmedidas ambições humanas, particularmente as advindas do mundo moderno, mas não vai além disso, o que normalmente é necessário para vencer essa corrida.

A não ser que Hollywood esteja buscando relembrar ao mundo que imagens bucólicas, mesmo déjà vu, palhaços tristes, amores não correspondidos e as demais carências humanas e materiais características desse mundo mambembe dos circos do interior, provavelmente uma “espécie” em extinção, são importantes para o preservação dessa arte onde tudo começou.

“O Palhaço” é tecnicamente correto, nas locações no interior de Minas Gerais, nos figurinos, fotografia e, claro, nas atuações do grupo de atores, que passam a sensação, provavelmente verdadeira, de fazer aquelas interpretações como enorme prazer e alegria. Destaque para a ousadia da cena final. É provavelmente que seja a tomada sem cortes mais longa do cinema brasileiro.

Mello, Paulo José e o resto da trupe merecem o reconhecimento e certamente terão humor, pois conhecem os desvãos da indústria da arte, para não ficarem frustrados se não pisarem o Tapete Vermelho da Academia. Já o pisaram em “O Palhaço”.

A escolha, entre 16 inscritos, foi anunciada hoje, pela Comissão Especial de Seleção do Ministério da Cultura em reunião realizada no Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro. È formada pela secretária do Audiovisual do MinC, Ana Paula Dourado Santana, e os cineastas Ana Luiza Azevedo, Andre Sturm, Carlos Eduardo Rodrigues, Flávio Tambellini, e Lauro Escorel, mais os críticos José Geraldo Couto e George Torquato Firmeza.





Nenhum comentário:

Postar um comentário